domingo, 17 de agosto de 2008

DESAFIO DE EDUCAR HOJE


A escola é sem dúvidas um espaço muito privilegiado para a elaboração de projetos para a aquisição do conhecimento, para o desenvolvimento de habilidades que bem desenvolvidas, permitirão ao educando a intervenção na sociedade e o equilíbrio para enfrentar os desafios da vida. É, portanto, um espaço privilegiado para se experimentar situações diversas, convivendo em situações variadas. É o espaço em que não só se aprende o que os livros trazem, mas também promove o aprendizado para a vida. Vivemos hoje em uma sociedade competitiva, que exige uma educação moderna com informações, visões e novidades compatíveis com a complexidade e pluralidade, exigindo por isso, educadores abertos, criativos, inovadores e confiáveis. Quanto mais acompanhamos as demandas dessa educação moderna, mais necessitamos de profissionais da educação que sejam pessoas humanas e éticas. Vivemos um momento muito especial de adequação às exigências. Os desafios de uma educação moderna nos levam a encontrar condições materiais e tecnologia que nos aparelhe para que façamos uma adequação ao novo mundo que se vislumbra. Caminhamos para termos aulas com acesso Wireless.
Educar é sem dúvidas um processo complexo que exige de nós mudanças significativas. A fabulosa tecnologia transforma a magia da aula, devido a varias possibilidades de intervenção em textos e imagens. A educação tem que surpreender, cativar e conquistar os alunos. Precisa entusiasmar, libertando a capacidade criativa e imaginativa do educando.
Sabemos que o processo de mudança na educação não é nada fácil. Iremos mudando aos poucos e em todos os segmentos de atuação. Vamos na caminhada da modernização certos de que como educadores devemos respeitar as pluralidades culturais, religiosas, étnicas e sociais. Temos consciência do tamanho de nossos desafios, das dificuldades em alterarmos padrões adquiridos, mas sabemos também que como educadores a nossa maior vocação é estimular mudanças. A educação não é inércia, é sim, sinergia pura. Temos certeza que o objetivo fim de todo o nosso esforço de mudança é o ser humano, nossos alunos e colaboradores que tem que estar prontos para a vida nesse mundo de desafios. Por isso, sabemos que quanto mais tecnologia avançada desenvolvermos, mais necessitamos de pessoas humanas e felizes. Para tanto, em nosso moderno projeto pedagógico há um grande espaço para as ciências humanas, arte, filosofia, ciências sociais, civismo consciente, cidadania e responsabilidade ambiental. Valorizamos as atividades esportivas como essencial para sociabilização e o convívio com as diferenças. Ensinamos aos nossos alunos, através do esporte, a superação de limites e da timidez, mas também a lidar com as situações que exigem controle, respeito ao espírito de equipe e as regras. Vamos mais longe. Nós educamos para vida.

Prof. José Romero Nobre de Carvalho
Diretor Geral do INEI COC Maceió

GERAÇÃO "C"

Temos hoje, "a formação da primeira geração 100% on line. São jovens adultos entre 18 e 25 anos que nunca conheceram o mundo sem a internet, pois nasceram e se desenvolveram com a tecnologia como sendo algo comum e natural em suas vidas. Eles utilizam a rede para as principais atividades diárias: informação, compras, diversão, relacionamento, educação e trabalho.
A geração on line não lê jornal ou revistas e assiste raramente à TV, mas está sempre atualizada com as notícias do momento. Utiliza a internet não só para obter informações, mas também para produzir, através de blogs, vídeos (Youtube), artigos em enciclopédias digitais (Wikipedia) e home pages.
Essa geração prefere baixar músicas na internet a adquirir cd’s em lojas de shoppings. Quando não compra produtos de consumo e serviços através do comércio eletrônico, utiliza esse meio para tomar a melhor decisão, consultando sites de comparação de preços (Buscapé) e blogs especializados no assunto.
O novo consumidor deseja ter um computador de alta perfomance com acesso wireless. Quer ir a todo lugar com um tocador de músicas (Ipod), uma câmera digital de alta resolução, um celular de última geração e um assistente pessoal com grande capacidade de armazenamento de dados (Palm). De preferência, tudo isso reunido em só aparelho (Iphone).
Para eles, diversão e relacionamento podem acontecer em qualquer lugar, inclusive no trabalho. Não há uma separação clara de horários e locais para isso. O usuário “banda larga” faz uso intenso de programas de bate-papo (Messenger), de jogos interativos virtuais, de sites de comunidades virtuais (Orkut) e de albúns digitais de fotos (Fotolog).
No campo profissional, o internauta 24 horas sabe muito sobre pouco. Com foco bem definido, quer ser o melhor em sua área. Para isso, utiliza a internet para fazer cursos de graduação à distância e, principalmente, de pós-graduação. Busca oportunidades de trabalho na internet, quando não utiliza a rede como o próprio trabalho.
Apesar de parecerem “nerds”, os membros da Geração “C” (conectada e colaborativa) não devem ser considerados dessa maneira, pois já são maioria em sua faixa etária e podem ser encontrados em todas as cidades brasileiras de médio e grande porte. O que fazer, então, para lidar com essa geração?
O primeiro passo é admitir que a Geração “C” existe na atualidade e não é algo que vai acontecer daqui a cinco ou dez anos. Para lidar com o internauta 24 horas, não basta ter apenas um bom site na internet.
O consumidor da Geração “C” é seletivo. Ele dá atenção apenas às coisas com as quais se identifica. Estão ligados entre si através dos seus hábitos e preferências por meio de comunidades temáticas na internet.
Um principio básico não pode ser desconsiderado no relacionamento com a Geração “C”: a transparência. Devido à quantidade de informações disponíveis e à capacidade dos seus membros de produzirem rapidamente novas informações, através de blogs e vídeos, a imagem de uma marca pode se desenvolver rapidamente, mas também pode ser levada ao descrédito em poucos dias. Portanto, precisamos saber lidar com uma ampla liberdade de expressão nunca vista antes, até mesmo em países já desenvolvidos.
Bruno Queiroz é diretor executivo da Cartello.
http://commento.cartello.com.br/geracao-c-o-consumidor-100-on-line/

sexta-feira, 20 de junho de 2008


Ostras felizes não fazem pérolas. Pessoas felizes não sentem a necessidade de criar. O ato criador, seja na ciência ou na arte, surge sempre de uma dor. Não é preciso que seja uma dor doída. Por vezes a dor aparece como aquela coceira que tem o nome de curiosidade. Com estas palavras, o próprio autor define o seu livro. Rubem Alves, um dos intelectuais mais respeitados do Brasil revela muito de suas próprias experiências de vida em Ostra feliz não faz pérola. Um prato cheio para quem busca conhecer novos pontos de vista sobre a vida.

Ostras são moluscos, animais sem esqueleto, macias, que são as delícias dos gastrônomos. Podem ser comidas cruas, com pingos de limão, com arroz, paellas, sopas. Sem defesas – são animais mansos – seriam uma presa fácil dos predadores. Para que isso não acontecesse a sua sabedoria as ensinou a fazer casas, conchas duras, dentro das quais vivem. Pois havia num fundo de mar uma colônia de ostras, muitas ostras. Eram ostras felizes. Sabia-se que eram ostras felizes porque de dentro de suas conchas saía uma delicada melodia, música aquática, como se fosse um canto gregoriano, todas cantando a mesma música. Com uma exceção: de uma ostra solitária que fazia um solo solitário. Diferente da alegre música aquática, ela cantava um canto muito triste. As ostra felizes se riam dela e diziam: “Ela não sai da sua depressão...” Não era depressão. Era dor. Pois um grão de areia havia entrado dentro da sua carne e doía, doía, doía. E ela não tinha jeito de se livrar dele, do grão de areia. Mas era possível livrar-se da dor. O seu corpo sabia que, para se livrar da dor que o grão de areia lhe provocava, em virtude de suas asperezas, arestas e pontas, bastava envolvê-lo com uma substância lisa, brilhante e redonda. Assim, enquanto cantava seu canto triste, o seu corpo fazia o seu trabalho – por causa da dor que o grão de areia lhe causava. Um dia passou por ali um pescador com o seu barco. Lançou a sua rede e toda a colônia de ostras, inclusive a sofredora, foi pescada. O pescador se alegrou, levou-as para a sua casa e sua mulher fez uma deliciosa sopa de ostras. Deliciando-se com as ostras de repente seus dentes bateram numa objeto duro que estava dentro da ostra. Ele tomou-o em suas mãos e deu uma gargalhada de felicidade: era uma pérola, uma linda pérola. Apenas a ostra sofredora fizera uma pérola. Ele tomou a pérola e deu-a de presente para a sua esposa. Ela ficou muito feliz... Ostra feliz não faz pérolas. Isso vale para as ostras e vale para nós, seres humanos. As pessoas que se imaginam felizes simplesmente se dedicam a gozar a vida. E fazem bem. Mas as pessoas que sofrem, elas têm de produzir pérolas para poder viver. Assim é a vida dos artistas, dos educadores, dos profetas. Sofrimento que faz pérola não precisa ser sofrimento físico. Raramente é sofrimento físico. Na maioria das vezes são dores na alma.
[Ostra feliz não faz pérola - Rubem Alves]